Magistratura lamenta falecimento do Des. Josué de Oliveira
Grande homem e magistrado de primeira grandeza. Foi assim que o juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, presidente da AMAMSUL, referiu-se ao desembargador aposentado Josué de Oliveira, que faleceu nesta quinta-feira (2).
Luiz Felipe confessou que gostava muito de Josué. Tinha-o como referência porque, quando iniciou a carreira, o desembargador era corregedor e cuidou dos juízes substitutos em um período que é considerado muito difícil, que é o início da carreira.
“Ele foi mais que corregedor: foi mestre, orientador, amigo – e tudo isso sem deixar de ladosua função originária. Foi um período muito marcante e ele nos transmitia segurança, com sua voz calma. Sem medo de errar, posso garantir que na minha turma, todos o admiravam”.
Felipe ainda se lembra da última conversa que teve com o Des. Josué, quando este foi corregedor em 2009/2010, e o juiz estava na comarca de Miranda. “Ele finalizou a correição e ficamos conversando. Homem notável. Foi uma conversa muito agradável. Com sua morte, perdemos uma referência”.
Josué aposentou-se em maio de 2014 e, em sua última sessão do Tribunal Pleno, afirmou: “Os que passam deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. Deixo grandes amizades, levando a alegria do trabalho realizado. Agradeço a todos que me auxiliaram nestes 34 anos de magistratura”.
Discreto, gentil e muito querido por servidores e magistrados, ele se aposentou dois dias antes de completar 70 anos. Naquela tarde, Josué tinha os olhos tristes de quem é obrigado a deixar sua verdadeira paixão: a magistratura, embora não escondesse o sentimento de dever cumprido.
Josué de Oliveira é considerado exemplo por desembargadores e juízes. Simples, humilde, comedido, estudioso, competente, teve uma carreira brilhante. Paulista de Pereira Barreto, formou-se em Direito em 1975 e ingressou na magistratura de MS em 1980, na comarca de Maracaju. Dois anos depois, foi promovido para a Vara Criminal de Ponta Porã. Ele foi removido por duas vezes: em 1983, para a 1ª Vara Cível de Ponta Porã e, em 1985, para a 2ª Vara Cível de Dourados. Dois anos mais tarde, foi promovido para a 3ª Vara Cível de Campo Grande, comarca de entrância especial. Em 1991, foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça. Exerceu o cargo de Corregedor-Geral de Justiça nos biênios 2001/2002 e 2009/2010.
O Des. João Maria Lós, presidente do Tribunal de Justiça, falou em nome do Poder Judiciário e ressaltou que o falecimento de Josué é uma grande perda. “Magistrado brilhante, competente, distinto, honrou a magistratura do nosso Estado e deixa-nos de forma repentinamente e prematura. Grande perda para o judiciário, para os amigos e para a família. Lamentamos muito”.
O desembargador aposentado Rêmolo Letteriello conviveu com Josué no Tribunal de Justiça e lamenta a perda do amigo: “Foi um Magistrado exemplar, uma pessoa boníssima e de um caráter forjado na dignidade e na honradez”.
Para o decano do TJMS, Des. Claudionor Miguel Abss Duarte, o passamento do desembargador Josué de Oliveira consterna a toda a família judiciária, pois ele deixou um legado inestimável.
“Aprendemos a admirá-lo não somente pelas suas elevadas qualidades de magistrado probo e independente, mas sobretudo por sua conduta reta de amigo leal e cidadão de bem, cujos atributos não se esgotam nessa humilde homenagem. Foram muitos anos de convivência diária que nos marcou profundamente e da qual já sentíamos falta quando de sua aposentadoria. À sua honrada família, deixo meu abraço fraterno, com os sentimentos profundos de solidariedade, com a certeza de que Deus não lhe faltará nestes momentos difíceis.”
O Des. Marco André Nogueira Hanson, que foi juiz auxiliar da Corregedoria na gestão 2001/2002, lembra-se de Josué também com admiração. “Pessoa sensacional, equilibrada. Preocupado com o trabalho, ele era sempre o primeiro a chegar. Possuia todas as qualidades do bom julgador. Afável, de bom convívio, amigo, muito ponderado, tolerante, deixa um exemplo de humildade. Sentiremos saudades”.
Ao saber do falecimento do colega, o desembargador aposentado Joenildo de Sousa Chaves registrou que a partida do magistrado traz imensa tristeza a todos nós. “Homem simples e honrado, sua trajetória na magistratura foi marcada pela dedicação e humildade. Exímio julgador, por muitos anos trabalhamos juntos no TJMS, onde atuou na Corregedoria-Geral de Justiça. Foi também presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Deixa saudades”.