Juízes completam 17 anos de magistratura
O dia 10 marcou o mês de junho para os aprovados no XVIII Concurso para o cargo de Juiz Substituto de MS, que completaram 17 anos de magistratura.
Do XVIII Concurso fazem parte os juízes Denize de Barros Dodero Rodrigues, Carlos Alberto Garcete de Almeida, Fábio Possik Salamene, Ricardo Gomes Façanha, Cíntia Xavier Letteriello Medeiros, César Castilho Marques, Sueli Garcia Saldanha, David de Oliveira Gomes Filho, Marcelo Andrade Campos Silva, Maurício Petrauski, Katy Braun do Prado, Paulo Henrique Pereira e Fauze Duailibi Amizo (in memorian).
Destes, todos judicam em Campo Grande, que é comarca de entrância especial. Para chegarem a Capital, eles atuaram em comarcas do interior e passaram por todas as áreas: cível, criminal, de família, infância, fiscal. Então, 17 anos depois, o que teria marcado a vida desses profissionais que dedicam a vida a distribuir justiça?
Para César Castilho, a atuação mais marcante foi na área da infância e juventude onde os desafios são enormes em razão das situações ímpares que ocorrem. “Foram 10 anos no interior e a diferença entre essas comarcas e a Capital é apenas a distribuição do serviço. No interior, você atua em uma espécie de "clínica geral" e na Capital, em áreas mais específicas e especializadas em determinados ramos do Direito”.
Será que valeu a pena tanto esforço? Será que eles escolheriam a mesma carreira? Denize Dódero acredita que não há uma resposta única e constante para este questionamento, já que a conclusão não está pronta e é sempre reformulada, assim como a dinâmica os tranforma igualmente.
“A inquietude dessa reflexão provavalemente será uma companheira constante em todos os nossos dias, e assim deve ser. É um caso de amor e, como todo amor, tão complexo. Como no trecho de uma música, assim é a magistratura... O melhor dos planos e também dos enganos, mas que deixará saudade. Hoje, realmente acredito no poder do destino, na força das missões. E me parece que a magistratura, em que pese o esforço, responsabilidade e estudo para sua conquista, na realidade, nos escolhe também”.
Para Denize, o exercício da magistratura permeia escolhas e valores de tal modo e de forma tão automática que, muitas vezes, sequer percebe-se sua determinação em suas personalidades, saúde, seu tempo, suas vidas. “Agora, quase na "maioridade" da carreira, ainda há tantos desafios externos e internos, e a opção diante de todos eles são elementos que, ao final, nos conduzirão ao formato final dessa resposta”, defende.
Desses juízes, nove estão na área cível, um na criminal, uma na área de família, uma na infância e juventude e um na área de direitos difusos. Estariam eles judicando onde desejavam? César Castilho está na área cível, mas sempre atuou na esfera criminal, o que ainda faz quando substitui de colegas ou em mutirões.
“A magistratura é mais que uma profissão: é um ministério, um propósito. Os desafios são imensos na carreira, mas aquele que se dispõe a ser um juiz e alcançar essa honra, saberá desempenhar um papel digno exatamente pela imensa responsabilidade que assume”.
Emocionada com a data, Denize enfatizou: “Que tenhamos sabedoria para entender a que viemos e para onde vamos, sensatez na seleção de nossas batalhas e dos meios, para não nos omitirmos diante de nossas responsabilidades, como também, para abandonar as lutas que não nos pertencem. Que a vaidade nos dê um fôlego e que saibamos encontrar a paz na humildade e na simplicidade dos pequenos gestos, das pequenas coisas”.
A juíza reconhece que ainda há muito para ser feito e não há limites para o poder de crescimento e de contribuição. E foi com esse espírito que homenageou sua turma de concurso, que não decepcionou. “Somos tão diferentes. Muitos de nós realmente distantes, mas ao mesmo tempo tão parecidos. Temos qualidades que nos tornam únicos, indivíduos, mas estamos trilhando o mesmo caminho. Quero honrar a honestidade, a capacidade e o êxito de cada um que, ao seu modo, doou seu tempo, capacidade, sonhos e emoções nesses 17 anos de prestação jurisdicional. Parabenizar pela constante evolução, pelos estudos, questionamentos e, principalmente, muito trabalho. E trabalho digno. Sempre inspirando exemplos, nosso maior legado”.
Ao concluir, ela homenageou Fauze Duailibi – a quem considera muito abençoado e garante que sempre estará entre eles. “E, como não poderia me omitir, um grande carinho, agradecimento e eterna admiração pelos que nos abriram as portas para todas essas experiências: Des. Rêmolo Letteriello e Des. Elpídio Helvécio Chaves Martins. Nossas conquistas e vitórias são sempre suas. Que Deus continue nos inspirando e que os próximos anos nos tragam muitas esperanças e alegrias”.