Juízes completam cinco anos no Judiciário de MS
Há cinco anos, 12 juízes substitutos eram empossados no plenário do Tribunal de Justiça de MS: Mariana Rezende Ferreira Yoshida, Raul Ignatius Nogueira, Luiza Vieira Sá de Figueiredo, Daniel Scaramella Moreira, Juliano Duailibi Baungart, Marcel Goulart Vieira, Deyvis Ecco, Luciano Pedro Beladelli, Alexandre Mura Iura, Pedro Henrique Freitas de Paula, André Luiz Monteiro e Kelly Gaspar Duarte Neves.
Os 12 foram aprovados no XXIX Concurso para o cargo de Juiz Substituto de MS em que houve 2.130 inscritos para disputar 23 vagas. O número reduzido de empossados mostrou o nível de conhecimento dos novos juízes e o tamanho da dedicação é necessária para ocupar o cargo. De todos os empossados, apenas o juiz Alexandre Miura Iura não atua mais no Judiciário sul-mato-grossense. Ele agora é juiz federal no Estado de São Paulo.
Cinco anos depois, eles falam sobre como a judicatura transformou sua vida. Na época do concurso, Mariana Yoshida era assessora do Des. Carlos Eduardo Contar e confessou que desejava ser juíza por vocação. Hoje, ela conta que teve a vida transformada pela magistratura e garante emocionada: ser juíza é um privilégio.
“Você muda de cidade, altera sua rotina, tem suas relações interpessoais modificadas, mas a magistratura é uma paixão incurável. Não tem jeito. Faria tudo de novo, quantos vezes fossem necessárias, apesar das restrições, porque não se vive da magistratura, mas para a a magistratura”.
Aos que ainda estão estudando para ingressar na carreira, ela lembra que o caminho é árduo, mas só não chega lá quem desiste. “Quando se tem um sonho e se quer isso verdadeiramente, não se desiste. É preciso resiliência e certeza do que se quer. E quando chegar lá, olhar para traz, terá a certeza que tudo, absolutamente tudo, valeu a pena!”.
Ela concluiu lembrando que o magistrado tem o poder de transformar e que, se nessa caminhada, puder transformar uma vida terá valido a pena. “Tenho muito orgulho da minha turma. Juízes honestos, dedicados. Convivemos por quatro meses e construímos uma relação de companheirismo. Sou muito feliz e agradeço a Deus todos os dias por fazer parte da magistratura”.
Outro que escolheria a mesma carreira é o juiz Daniel Scaramella Moreira. Ele é o atual diretor do Foro da comarca de Corumbá e realizou um café da manhã para marcar a data. Para o café convidou os juízes do trabalho e juízes federais como uma forma simbólica de homenagear a magistratura local. Em Corumbá, da mesma turma, além de Daniel, também judicam Luiza Figueiredo, Deyvis Ecco e André Monteiro.
Antes de ser juiz, Daniel foi advogado por seis anos em Ponta Grossa (PR) e estava sempre estudando. Na posse tinha 29 anos e realizava um sonho. Durante o tempo de preparação, Scaramella viu muitos desistirem porque o caminho é extressante, difícil, longo e demanda muitos anos de estudo.
“O candidato tem que estar preparado intelectual e psicológicamente, porque as provas são longas e desgastantes. Porém, o que me motivou para o concurso continua: a distribuição da justiça. Deve-se estar preparado para uma vida cheia de restrições e desejar a magistratura como forma de vida”.
Daniel é otimista e acredita que a magistratura sempre avança. A mudança na magistratura deve ser efetivamente uma mudança de paradigmas sociais, mas vai continuar crescendo. Ele citou a estrutura da comarca onde atua, lembrou do processo eletrônico, das decisões mais céleres e da qualidade da prestação jurisdicional.
“A magistratura é uma carreira estável, mas é preciso ter vocação. A maioria esmagadora é vocacionada e deseja ser juiz não por procurar estabilidade. Embora, nos dias atuais, a magistratura sofra muitos ataques, é importante ressaltar que contribui muito quando, por exemplo, responde por uma eleição célere e segura, ou quando combate a corrupção. Para mim, é a realização profissional. Se o tempo voltasse, eu ainda escolheria a magistratura”.