Juízas contam como fugir do estresse diário
E na última matéria da série em homenagem às mulheres, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a AMAMSUL deseja mostrar como as magistradas, que são também esposas, mães, irmãs, professoras e administradoras da casa, fazem para ter alguma atividade de lazer.
A juíza Adriana Lampert, da comarca de Bonito, usa como válvula de escape da correria diária uma bicicleta. “Faz uns dois anos que ando de bike e comecei incentivada pelo Roberto, meu esposo que já pedalava. Geralmente, reservo de 1h30 a 2 horas para pedalar, de 2 a 3 vezes por semana. Nos intervalos, frequento academia em busca de mais resistência nas pedaladas”, conta.
Exercício físico também está na preferência da juíza Mariel Cavalin dos Santos, de Aparecida do Taboado. Ela começou a correr há quatro anos e já participou de algumas competições. Mariel conta que sua paixão por corrida começou quando incluiu a prática esportiva em sua rotina, fazendo acompanhamento com um educador físico e estabelecendo metas para se superar a cada treino.
“A corrida faz parte de meu dia a dia e até quando viajo de férias levo meu tênis me organizo para conseguir correr. Quando isso não é possível, uso a esteira do hotel”, declara.
Enquanto algumas juízas preferem descarregar as tensões diárias com atividades físicas, outras dedicam-se a trabalhos manuais. É o caso da juíza Ana Carolina Farah Borges da Silva e May Melke Amaral Penteado Siravegna. A primeira faz mosaicos e a segunda, arranjo com flores.
“Comecei a fazer mosaico há três anos e meio, quando mudei de Fátima do Sul para Dourados justamente para desestressar, já que minha vara é muito movimentada e os casos de família absorvem demais. Acabo fazendo só nos finais de semana, pois durante a semana o tempo fica restrito ao trabalho e a correria de casa e dos filhos. Faço outros tipos de artesanato para relaxar e, além de treinamento funcional, gosto de viajar e de dança de salão. Saio sempre que possível com o marido para dançar” confessa.
Há alguns anos, May Melke percebeu a necessidade de fazer algo que a ajudasse a desestressar, distanciando-a da rotina diária como magistrada, mãe, etc. E como gosto muito de flores, resolveu fazer arranjos para enfeitar e alegrar a casa, o que se tornou um prazeroso passatempo, um verdadeiro hobby.
“A distração já começa na escolha das flores na distribuidora. Escolhidas as flores, passo em torno de uma hora fazendo os arranjos, tudo sem pressa e, portanto, sempre aos finais de semana, em razão da total falta de tempo para tanto durante os dias da semana”, expressa ela.
Adriana conta ainda que pedaladas também dependem da quilometragem e do terreno: se é asfalto ou terra. Ela também faz bike night na companhia do filho e do marido, em estrada de chão com direito a barro.
“Faço parte de dois grupos femininos de bikers: bike Baton Bonito e Pedal das Divas em Campo Grande - esse não consigo participar muito, pois é difícil levar a bike para a Capital. Em relação a ter outra forma de relaxar, tenho o privilégio de morar em Bonito, onde um banho de rio e de cachoeira é melhor do que qualquer SPA cinco estrelas”.
De onde surgiu a ideia de fazer mosaico? Ana Carolina conta que sempre gostou de trabalhos manuais, por isso, entrou para uma escola de artes e artesanatos em Dourados.
“O quadro da justiça com as crianças que fiz está no cartório do Zaloar”, conta referindo-se ao juiz da Infância de Dourados, Zaloar Murat Martins de Souza. “Tenho que trabalhar com as mãos para esfriar a cabeça, afinal, mulher descansa carregando pedra”, brinca.
May Melke também arranjou um jeito de conciliar atividades físicas. “Além das flores, durante a semana, consegui encaixar a ioga, aulas de inglês e francês - atividades essas que têm me ajudado a equilibrar a rotina atribulada, com minha busca constante por uma melhor qualidade de vida”.
Mesmo começando a correr por recomendação médica, Mariel descobriu-se na prática, consagrando todo o esforço desempenhado nos treinos e participando de competições de rua.
Em 2013, ela competiu pela primeira vez na São Silvestre e sofreu uma lesão, mas deu a volta por cima e em 2015 correu a Meia Maratona de Buenos Aires. Em 2016 participou pela segunda vez da São Silvestre. Para a juíza é difícil descrever a atmosfera que circula antes, durante e depois das competições, mas o brilho em seus olhos não deixa dúvidas: ela é verdadeiramente apaixonada por corridas.
“Ao completar cada uma das corridas, tenho a sensação do dever cumprido, embora não corra profissionalmente, mas, sim, para fazer o percurso e atingir a meta estabelecida. Além de proporcionar uma vida saudável, a corrida aumenta nosso círculo de relações sociais, seja porque conhecemos muitas pessoas que também correm, seja porque a prática esportiva fortalece o vínculo familiar. A corrida é um dos exercícios mais democráticos que existem, pois, basta ter um tênis para começar a correr”.