Projeto Mãos emPENHAdas disputa prêmio nacional
Destaque no combate a todo tipo de violência contra a mulher desde que atuava em comarcas do interior, a juíza Jacqueline Machado é uma das concorrentes, na categoria Juiz, ao Prêmio Innovare com o projeto Mãos empenhadas contra a Violência.
Titular da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, em Campo Grande – a primeira Vara de Medidas Protetivas no Brasil – a juíza implantou uma proposta totalmente inovadora e ousada: capacitar profissionais da área da beleza para torná-los agentes multiplicadores de informação no combate à violência, capazes de identificar e orientar clientes, com base na Lei nº 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha.
Na primeira fase do projeto, dezenas de salões da Capital encamparam a proposta e permitiram que seus colaboradores fossem treinados para identificar os tipos de violência e orientar as mulheres a como ter acesso aos serviços da rede de enfrentamento e proteção à mulher.
Jacqueline é incansável quando o assunto é o rompimento do ciclo de violência. “Acredito que replicando informação possamos fazer com que, cada vez mais, se tenha consciência do que é a violência contra a mulher, de que forma ela acontece na sociedade e como as vítimas podem usar o aparato estatal para se proteger, para pedir ajuda. Agora pode-se ter informações em um local onde tenham mais privacidade, entre mulheres, que sabem a dor e o problema de cada uma”, disse ela.
Importante ressaltar que o Mãos emPENHAdas contra a Violência funciona como ação preventiva, ampliando e fortalecendo a rede de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, dando visibilidade sobre as questões de gênero e aos inúmeros tipos de violência existentes.
A juíza lembrou que quando as cartilhas e panfletos do projeto foram distribuídos nos salões de beleza parceiros, a procura pelas informações foi automática e espontânea, mostrando que muitas mulheres desejavam conhecer mais sobre o assunto.
Esta semana, com a visita da consultora do prêmio à Capital para conhecer as iniciativas inscritas, Jacqueline esclareceu que é a primeira vez que participa do Prêmio Innovare e que suas expectativas são muito boas.
“Somente a visibilidade resultante da inscrição no prêmio faz com que a gente perceba que o projeto é bom. E, mesmo que não sejamos vencedores, espero que consigamos mostrar aos jurados que o Poder Judiciário está fazendo a diferença, está fazendo sua parte no enfrentamento da violência familiar e doméstica contra a mulher”, concluiu.
Inovação – Finda a primeira fase do programa, a juíza já providenciou o início da segunda e avisou que pretende, com a nova etapa, expandir a ideia e obter a adesão de todos os estabelecimentos de beleza da Capital. Com isto, começa a expansão do programa nos bairros.
“Trabalharemos com mulheres em diferentes contextos e particularidades como classes sociais, etnias, orientações sexuais, religiosas, entre outros, e levaremos a informação sobre a questão da violência de gênero sobre o funcionamento da rede de atendimento para um ambiente informal, facilitando sua propagação.
Saiba mais – O Prêmio Innovare tem como objetivo identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil e tornou-se um instrumento para identificar e disseminar práticas bem sucedidas da Justiça brasileira que estejam contribuindo para sua modernização, rapidez e eficiência.
As práticas devem ser atividades inovadoras, criativas e com resultados comprovados.