"Eu, Juíza" apresenta uma das magistradas da Capital
Apresentamos essa semana "EU, Katy, JUÍZA, uma continuação da ação desencadeada pela Diretoria da Mulher da AMAMSUL.
Conhecida pela sociedade sul-mato-grossense pelo excelente trabalho na área da infância na Capital e no interior, ela compartilha pensamentos, visão do mundo e um pouco de sua trajetória. Conheça a magistrada.
Katy Braun do Prado
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura?
Tomei posse em 10/06/99.
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Em exercício na Vara da Infância, Adolescência e Idoso de Campo Grande.
3) Como foi sua posse?
Minha turma era de 14 colegas, sendo quatro mulheres, duas delas grávidas (uma delas era eu). Tive que comprar um sapato de número maior em cima da hora, pois meus pés estavam muito inchados. Familiares, amigos queridos e esposo me acompanharam. Minha mãe estava vivendo seus últimos dias e meu pai e irmã estavam cuidando dela. Senti muito a falta deles.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
Tomei posse como juíza auxiliar e coadjuvei por 10 dias na Vara de Registros Públicos, de titularidade do hoje Des. Vladimir Abreu da Silva. Em seguida, saí de licença maternidade. Decorrida a licença, o colega Aluízio Pereira dos Santos deslocou-se da comarca de Ivinhema para me dar posse em uma solenidade na Câmara Municipal de Angélica, minha primeira comarca. O evento foi prestigiado pelas autoridades locais. Recebi flores dos serventuários da justiça. Me senti acolhida. Estava acompanhado do esposo, filho, irmã e pai. Minha mãe já havia falecido. Passei o dia procurando um imóvel para alugar.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
Existem muitas ocasiões marcantes, mas me lembro com alegria do dia da eleição simulada em Fátima do Sul, um dos três municípios escolhidos pelo TSE para testar a identificação biométrica de eleitores. Observadores de 15 estados, autoridades da Justiça Estadual e do Tribunal Superior Eleitoral acompanharam a votação na cidade. Muito me honrou fazer parte desse processo.
6) Qual foi sua ação mais significativa ou decisão mais marcante da qual se orgulha?
A idealização do Projeto Dar a Luz, que acolhe gestantes com gravidez indesejada.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
Conciliar pais idosos e seus filhos e atender crianças e adolescentes que pediram para falar com “a juíza”.
8) Qual seu sonho de magistrada?
Ser uma referência na defesa dos direitos humanos.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Cozinhar, assistir filmes e viajar.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Conciliar a maternidade e casamento com a carreira.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não
Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário, Executivo ou Legislativo do Brasil, em qualquer esfera (municipal, estadual ou federal).
Desa Dileta Souza Thomaz. Foi com ela que aprendi que a gentileza no trato não é incompatível com o exercício da autoridade inerente à função de magistrada.
13) O que diria hoje numa frase a uma mulher que quer ser juíza?
Esteja preparada para muitas renúncias.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada
Magistrada por vocação, atuando na certeza de que cumpro um propósito do meu Criador.