Infância: magistrada fala sobre apadrinhamento no Papo das Seis
A Desa Elizabete Anache, Coordenadora da Infância e Juventude de MS, foi a convidada no Papo das Seis, ao vivo, no jornal Bom Dia MS, da TV Morena, edição desta quarta-feira (30). A entrevista completa está disponível no link globoplay.globo.com/v/8045514/
A magistrada falou do Projeto Padrinho, que existe em Mato Grosso do Sul desde junho de 2000 e tornou-se referência nacional. O convite foi motivado pela solenidade realizada, na noite desta terça-feira, no auditório da sede campo da AMAMSUL, para abertura de mais uma edição do Curso de Preparação para Padrinhos (CPP), além de da entrega do selo Amigo do Projeto Padrinho para entidades e padrinhos.
Elizabete explicou que o Projeto Padrinho foi idealizado pela então juíza da Vara da Infância e Juventude da Capital, Maria Isabel de Matos Rocha, com objetivo de sensibilizar a sociedade a conhecer a realidade das crianças institucionalizadas e contribuir com ajuda humana e material.
“Muitas crianças e adolescentes estão em situação de risco. A família deveria protegê-las, mas acaba sendo fonte de desproteção, e isso faz com que, nesses casos extremos, sejam levados para instituições de acolhimento. Não podemos esquecer que o acolhimento institucional causa muito estresse, faz com que se perca vínculos afetivos, pode ter atraso psicomotor, entre outros problemas, e para isso foi criada a figura do padrinho, que daria afeto, apoio material, auxílio nesse momento de dificuldade”, explicou.
De acordo com a magistrada, o fato de a criança ou adolescentes estar em instituição de acolhimento não significa que vai para adoção e nem que o padrinho tenha preferência ou privilégio, caso deseje adotar. “Se um padrinho ou madrinha tem a intenção de adotar, deve passar pelo curso de preparação, avaliação pela equipe da Vara da Infância e entrar na fila, como qualquer outro pretendente”, destacou a coordenadora.
Questionada sobre a quantidade de crianças e adolescentes para em situação de acolhimento, a desembargadora citou uma estatística do Conselho Nacional de Justiça (CNJ): mais de 47.300 estão acolhidos no país; MS existem em torno de 700, e em Campo Grande, o númerochega a aproximadamente 150.
“Desses 47 mil, só 10% estão aptos para adoção e essa conta não fecha porque, se temos 46 mil pretendentes aptos para adotar, não conseguimos fazer esse encontro para a adoção em razão do perfil dos pretendentes”, lembrou.
Saiba mais - São modalidades de apadrinhamento:
- afetivo: proporciona atenção e carinho a crianças ou adolescentes acolhidos, orientando-as quanto à saúde e à educação, promovendo a convivência familiar e social saudáveis que gerem experiências gratificantes;
- material: presta atendimento às necessidades materiais ou financeiras da criança ou do adolescente e suas respectivas famílias, das entidades de acolhimento ou das famílias acolhedoras, com auxílio material ou financeiro como a doação de material escolar, vestuário, brinquedo, o patrocínio de curso profissionalizante, reforço escolar, prática esportiva, idiomas ou outra especificidade da criança ou adolescente, conhecendo ou não os afilhados;
- prestador de serviço: presta serviço gratuitamente, de acordo com a natureza de sua profissão ou ofício, a crianças e adolescentes acolhidos e suas respectivas famílias em vias de reintegração, das entidades de acolhimento ou das famílias acolhedoras;
- cultural: patrocina o acesso à cultura para crianças e aos adolescentes de forma coletiva, como cinema, teatro, museu, espetáculos artísticos e livros.
Mais informações podem ser obtidas no Núcleo de Adoção do Fórum de cada comarca.