AMAMSUL completa 43 anos em defesa da magistratura de MS
Nesta sexta-feira (2), a Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (AMAMSUL) completa 43 anos de existência, com uma história de lutas e muitas vitórias. Atualmente, a entidade tem 318 associados em seus quadros.
Nessas mais de quatro décadas, a AMAMSUL foi crescendo e conquistando espaço nos cenários estadual e nacional e, aos poucos, a entidade se tornou referência para todos os magistrados que vieram judicar em Mato Grosso do Sul, oriundos de todas as regiões do Brasil.
Para o juiz Giuliano Máximo Martins, presidente da entidade, é motivo de alegria fazer parte da associação, que sempre buscou o melhor e a união não apenas para os magistrados, mas também para suas famílias.
“É uma satisfação saber que a AMAMSUL tem crescido e mantido o intuito de alavancar e proteger a magistratura, sempre colocando os juízes e as juízas no centro do Poder Judiciário e, ao fazer isso, permite que seja um poder sempre efetivo em busca dos maiores anseios da população. Parabéns à AMAMSUL por se manter sempre em crescimento e aos associados, que tornam a caminhada possível para a entidade”, destacou Giuliano.
Você sabe como nasceu a AMAMSUL? No início, capitaneados pelo então juiz Rêmolo Letteriello, 25 magistrados reuniram-se no fórum de Coxim para a fundação da associação que representaria a magistratura. Naquele momento, iniciava-se um grande sonho que, com esforço e luta de cada diretoria, tornou-se realidade.
Com finalidades sociais e na busca da integração da magistratura sul-mato-grossense, além da defesa de direitos e prerrogativas, a AMAMSUL teve a ajuda das famílias dos magistrados, cujas esposas não cansavam de promover encontros e eventos beneficentes, hoje integrantes do calendário da entidade.
Desde o início, atuaram como presidentes Rêmolo Letteriello (1979/1980), Leão Neto do Carmo (1981/1982), Aleixo Paraguassu Netto (1983/1984), José Rizkallah (1985/1986), José Goulart Quirino (1987/1988), João Maria Lós (1987/1988), José Augusto de Souza (1989/1990), Divoncir Schreiner Maran (1991/1992), Rubens Bergonzi Bossay (1993/1994), Sideni Soncini Pimentel (1995/1996), Ruy Celso Barbosa Florence (1997/1998), Francisco Gerardo de Sousa (1999/2000), Luiz Gonzaga Mendes Marques (2001/2002), Marco André Nogueira Hanson (2003/2004), Marcelo Câmara Rasslan (2005/2006), Luiz Antonio Cavassa de Almeida (2007/2008), Dorival Moreira dos Santos (2009/2010), Olivar Augusto Roberti Coneglian (2011/2012), Wilson Leite Corrêa (2013/2014), Luiz Felipe Medeiros Vieira (2015/2016), Fernando Chemin Cury (2017/2018), Eduardo Eugenio Siravegna Jr. (2019/2020) e Giuliano Máximo Martins (2021/2022).
Conheça - A AMAMSUL foi criada no dia 2 de julho de 1978, quando 25 juízes se reuniram na região sul de Mato Grosso, alguns meses antes da divisão do Estado de Mato Grosso Uno e o surgimento de Mato Grosso do Sul.
Para que se entenda a dimensão da criação da entidade é necessário retroceder um pouco a fim de se ter uma visão da época. Em 1968, as comunicações em Mato Grosso eram precaríssimas e as notícias do tribunal eram divulgadas por meio do diário oficial, que chegava uma ou duas vezes por semana em Campo Grande e ao sul de Mato Grosso.
Nessa época, vindo do estado de São Paulo, ingressou na magistratura Alceu Soares Aguiar. Com sua experiência na associação dos magistrados paulistas, ele sugeriu a criação de uma associação para defender os interesses da magistratura de MT. Usando um estêncil para reproduzir cópias, Alceu enviou ofício aos juízes do Estado, solicitando que se reunissem em Cuiabá para criação da associação de magistrados.
Alguns juízes partiram então, em um AERO WILLYS, para participar da reunião em Cuiabá: Jesus de Oliveira Sobrinho e Milton Malulei, de Dourados; Athayde Nery de Freitas, de Ponta Porã; Alceu Soares Aguiar, de Fátima do Sul, e Augusto Benitez Tiese, de Bataguassu.
O TJMT não aceitou muito bem a ideia da criação de uma associação por acreditar que a entidade seria criada para se contrapor às diretrizes do tribunal, que não tinha autonomia administrativa e financeira, adquiridas apenas com a constituição de 1988, e o Poder Judiciário era dependente do Executivo.
Nesse clima, a reunião foi realizada no dia 8 de dezembro de 1968, no salão nobre do antigo prédio do tribunal de MT e nenhum juiz de Cuiabá compareceu, mas estavam presentes os desembargadores João Antônio Neto, Leão Neto do Carmo e Oscar Ribeiro Travassos.
Com a presença mínima de magistrados, elegeu-se o Des. Travassos. Como ele não acreditava na importância da associação, limitou-se a registrar os estatutos. O tempo passou e a associação ficou praticamente sem dirigente porque somente os juízes do sul se interessaram.
Algum tempo depois, em 1973 ou 74, o presidente do TJMT, Des. Milton Armando Pompeu de Barros, convocou uma assembleia geral para eleger a nova diretoria da associação. Disputaram os desembargadores Leão Neto do Carmo e Domingos Sávio Brandão Lima, que venceu a eleição. A associação promoveu um congresso, reuniões, mas tudo era muito difícil.
O presidente seguinte foi o Des. Mauro José Pereira e, nesse período, não houve grandes inovações. Em seguida, Jesus de Oliveira Sobrinho foi eleito presidente e implantou a ficha de inscrição, permitindo conhecer o associado e sua família. Na mesma época, a entidade foi declarada de utilidade pública, possibilitando a abertura de conta em banco para administrar os recursos.
Quando o centro político-administrativo de MS estava sendo construído, a entidade recebeu do governo Garcia Neto a doação de uma quadra para a construção da futura sede. Chamava-se AMAM. Houve ainda doação de uma área em Jaciara, onde foi construída sede para o magistrado que quisesse passar o final de semana com a família.
Em 1977/78, o Des. Milton Armando Pompeu de Barros foi eleito e seu vice foi Athayde Nery de Freitas, quando de conseguiu em Coxim a Ilha do Governador, para a construção de uma sede bonita, com energia elétrica. Quem trabalhou muito para isso foi o então juiz Rêmolo Letteriello, contudo, antes da inauguração, a maior enchente de Coxim abriu a ilha ao meio e levou tudo o que havia nela.
Pouco tempo depois de eleito, o Des. Milton renunciou e assumiu o juiz Athayde, que judicava em Dourados. Como ele residia longe da Capital, as dificuldades eram muitas e a associação ficou meio parada até agosto de 1978, quando foi realizada nova assembleia em Dourados, porque o estado de Mato Grosso do Sul seria instalado no dia 01.01.79.
Houve então uma reunião dos juízes no território de MS para eleger a nova diretoria e finalmente criar a associação de Mato Grosso do Sul. Rêmolo Letteriello foi eleito o primeiro presidente da AMAMSUL.
Com a divisão do Estado, houve também a separação do patrimônio. A AMAM ficou com os imóveis no norte e a AMAMSUL, com o dinheiro depositado. Rêmolo então comprou o terreno e iniciou a construção da sede.
Foto: Auro Sávio Nascimento