Magistrada de Itaquiraí participa do Eu, Juíza
Ela ingressou recentemente na magistratura de Mato Grosso do Sul e, apesar da pouca experiência na judicatura, está despertando a atenção da sociedade pelo excelente trabalho na área da infância. Lídia foi designada para judicar em Itaquiraí e rapidamente compreendeu a situação local, dando os encaminhamentos necessários. Na verdade, ela foi rápida e muito segura.
Essa semana a juíza substituta Lídia Geanne Ferreira e Cândido atendeu ao convite para participar do Eu, Juíza – uma proposta da diretoria da Mulher Magistrada da AMAMSUL, que homenageia cada mulher magistrada, sua história e trajetória na justiça de Mato Grosso do Sul.
Em razão da grande repercussão na sociedade, por permitir que a população conheça as mulheres fortes, inteligentes e capazes que fazem parte a magistratura de MS, a proposta foi retomada este ano. A intenção é permitir que se conheça um pouco das novas juízas substitutas empossadas em setembro de 2021 e em abril de 2022.
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura?
Dia 15 de setembro de 2021
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Estou em exercício.
3) Como foi sua posse?
Minha posse foi um dia inesquecível, um momento tão especial que palavra alguma seria capaz de descrever aquilo que só meu coração sentiu ao me tornar magistrada, depois de tantos anos de renúncia, estudo e dedicação. Estar ao lado da minha família, que acompanhou toda a minha trajetória, ser prestigiada pelos meus amigos, mesmo à distância, ouvir os discursos proferidos, lembrar de todo o caminho percorrido, emocionar-me a todo tempo e agradecer a Deus pelo que estava vivendo é o que sempre recordarei com emoção.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
Meu primeiro dia como juíza foi na aula inaugural do curso de formação, sendo muito bem recepcionada pelo desembargador presidente e pelos desembargadores examinadores do concurso, em que ouvi palavras de incentivo e tive a certeza que havia ingressado em um excelente Tribunal de Justiça. Na comarca, a sensação foi de acolhimento por toda a equipe de servidores e funcionários, e de emoção ao mesmo tempo, por ter sido servidora do Judiciário por 12 anos.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
É difícil escolher o dia mais feliz, porque todos os dias, nos processos mais simples e nos mais complexos, tenho a felicidade de perceber a importância da nossa atividade, a força das nossas atitudes e palavras, por vezes, até mais impactantes que nossas próprias decisões. Reconhecer a confiança que depositam no Poder Judiciário, ter a oportunidade de fazer a diferença todos os dias na vida de alguém, poder inspirar outras pessoas e, mesmo com tanta demanda, ter a sensação de dever cumprido me faz feliz a cada dia.
6) Qual foi a ação mais significativa ou decisão mais marcante da qual se orgulha?
Algumas decisões já ganharam um lugar de destaque na minha vida, mas as ações da infância exigem envolvimento além da atuação de gabinete, envolvem a necessidade de estabelecer contato direto com crianças e adolescentes para que a decisão seja conformada com aquelas manifestações, o que, com certeza, faz com que sejam peculiares. Nesses processos, percebo que as atitudes que tomamos refletem diretamente na perspectiva de vida delas, o que foi notório quando desacolhi uma adolescente indígena e, percebendo que ela estava com alguns questionamentos para retornar à aldeia, mostrei imagens de profissionais indígenas, como defensora pública, deputada federal, atrizes de filmes, e, com isso, notei que a representatividade mostrada foi um incentivo imediato, sendo ainda mais significativo nesses casos.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
O que mais comove é a esperança que o jurisdicionado deposita na nossa atuação, em ser ouvido em audiência, em uma inspeção, na prolação de uma decisão e na busca por uma solução a todo tempo. Pensando nisso, inspiro-me em fazer todos os dias aquilo que propus quando ingressei nos quadros do Poder Judiciário: ser sensível e prudente.
8) Qual seu sonho de magistrada?
Meu sonho como magistrada é judicar de maneira comprometida, responsável, dedicada, fazendo a diferença na vida daqueles que confiam no Poder Judiciário e, sobretudo, sendo humana no tratamento de todos, sem distinções.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Gosto de estar em família, conversar com os amigos, tomar um bom café, fazer atividades ao ar livre, passear, viajar ou simplesmente desfrutar de um momento de descanso no sofá.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Na magistratura o desafio é diário, na vida pessoal também. O que surge no cotidiano nem sempre tem resposta nos códigos ou no livro da vida, o que requer uma percepção humana e um compromisso com a atividade, com a nossa vida e a do próximo. Assim, acredito que o maior desafio é nunca perder a humanidade e sensibilidade, tendo a sabedoria necessária para enfrentar os obstáculos que surgirem.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não
Minha mãe, sem dúvida. É uma mulher corajosa, generosa, humana e, ainda que as circunstâncias da vida não gerem sempre felicidade, o seu sorriso está estampado, sendo sua marca registrada. Foi minha primeira professora de direitos humanos, mesmo sendo odontóloga, por ter me ensinado valores de vida inegociáveis.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário
As minhas amigas magistradas, com quem tenho a honra de compartilhar os desafios diários da carreira, sempre firmes e humanas.
13) O que diria hoje em uma frase a uma mulher que quer ser juíza?
Siga em frente. A presença das mulheres no Poder Judiciário traduz a representatividade que gera transformação social, evolução de valores e mudança de comportamentos.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada
Ser magistrada é uma demonstração de que atributos de comando não são antagônicos à sensibilidade na atuação.