Morre o magistrado aposentado Atapoã da Costa Feliz
“Magistrado bastante antigo no TJ, muito conhecido, vai deixar muita saudade na magistratura sul-mato-grossense. Uma pessoa de bem”. As palavras são do juiz Giuliano Máximo Martins, presidente da AMAMSUL, ao saber do falecimento do desembargador aposentado Atapoã da Costa Feliz, aos 76 anos.
Outro a lamentar a partida do magistrado foi o juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, ex-presidente da associação, que confessou: é muito fácil falar sobre Atapoã da Costa Feliz. Felipe afirmou ter muita consideração pelo desembargador aposentado, a quem chamou de juiz justo, culto e estudioso.
“Ele tinha a justiça à flor da pele, tinha uma inteligência acima da média. Quando fui presidente, ele conversou comigo sobre muitos assuntos até sobre música e espiritualidade. Era um homem de temperamento forte; era firme em suas opiniões, mas de uma bondade enorme. Um juiz na essência e preocupava-se mais com a justiça que com o extremo legalismo. Era incapaz de qualquer injustiça com os outros. Fará muita falta”, garantiu Luiz Felipe.
Antes de ingressar na magistratura, em dezembro de 1979, Atapoã advogou por sete anos na cidade de São Paulo. Paulista de Guararapes, o magistrado não dedicou sua vida apenas à justiça. Músico extraordinário, ele voltou-se para a Música de Câmara.
Muito conhecido e respeitado, não apenas como magistrado, mas como músico, Atapoã tem alguns CDs gravados: O Zodíaco (2006), Música de Câmara (2007), Casa de Sapo (2008), Constelações (2009), Pedras Preciosas (2010) e Atapoã para Piano (2011).
Formado em Direito em 1970, ingressou na magistratura na comarca de Glória de Dourados. Em 1980, Atapoã foi promovido para a 2ª Vara de Paranaíba e, em abril de 1982, foi removido para a 1ª Vara da Comarca de Amambai. Seis meses depois, a pedido, foi removido para a 2ª Vara Cível de Corumbá. Foi promovido em novembro de 1986 para a 7ª Vara Criminal e, 11 meses depois, a pedido, foi removido para a 5ª Vara Cível da Capital.
Em fevereiro de 1992, no interesse da justiça, foi removido para a 3ª Vara Criminal. Em 1992 e 1993, respectivamente, foi designado para atuar no 1º Juizado Especial Cível de Campo Grande e para integrar a Turma Recursal Criminal do Juizado Especial. Em novembro de 1994, deixou a 3ª Vara Criminal e passou a atuar na 1ª Vara Criminal.
Um ano depois foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça. Exerceu o cargo de Corregedor-Geral de Justiça nos biênios 2003/2004 e 2011/2012. Tornou-se presidente do Tribunal Regional Eleitoral no biênio 2013/2014. Aposentou-se em outubro de 2010.
Atapoã deixa a esposa Meire, os filhos Daniella, Emmanuel, Alexsander e Evaneska e o neto Alecsandro. O velório será nesta quinta-feira (7), das 13 às 15 horas, no cemitério Jardim das Palmeiras, situado na Avenida Tamandaré, ao lado da UCDB.