"EU, JUÍZA" apresenta a magistrada de Angélica
Esta edição do “Eu, JUÍZA”, uma ação originada pela Diretoria da Mulher Magistrada da AMAMSUL, traz a magistrada da comarca de Angélica, que acaba de completar dois anos de ingresso na magistratutra. Apesar do pouco tempo judicando, a juíza já se destaca pela disposição no enfrentamento aos problemas que afetam a comunidade. Conheça a magistrada Bruna Tafarelo.
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura?
Dia 19 de julho de 2017.
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Em exercício.
3) Como foi sua posse?
Minha posse foi acompanhada pela minha família e minhas amigas. Fomos cinco empossadas e 13 empossados. A cerimônia foi marcada por muita emoção.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
No primeiro dia se iniciou o curso de formação, que prosseguiu por quase 4 meses. Na sequência, fui designada para exercer jurisdição plena na Comarca de Rio Negro, local que com muito carinho fui recebida.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
A cerimônia de posse foi, certamente, o momento pessoal mais emocionante. A materialização de um sonho que não foi só por mim sonhado. O entusiasmo de ter a oportunidade de construir um mundo mais justo e igualitário que senti naquele dia se renova todas as manhãs quando início o dia de trabalho.
6) Qual foi sua ação mais significativa ou decisão mais marcante da qual se orgulha?
As histórias vividas na judicatura são todas muito significativas e marcantes. Por vezes não são necessários grandes atos ou textos complexos para que uma decisão seja capaz de mudar o destino de uma pessoa. Assim, para mim, a decisão mais importante foi aquela que tomei ao decidir que juíza desejo ser. Longe de ser heroína, o que quero é ser humana e, como tal, tratar todos aqueles que são afetados pelo meu trabalho com respeito e dignidade, além de entregar o melhor ato jurisdicional que eu for capaz.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
Os dramas humanos trazidos aos processos judiciais são sempre comoventes.
8) Qual seu sonho de magistrada (em uma frase)?
Que meu trabalho me permita ser um instrumento de pacificação social, mas que esta pacificação seja fruto de uma mudança de cultura. Da cultura da violência, da sobreposição da força às ideias, do patriarcado. Que esta possibilidade de mudança de cultura desperte em outras pessoas a coragem para a construção de uma sociedade alicerçada no diálogo, na igualdade e no respeito.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Estar com a família e amigos queridos. Ler livros. Entrar em contato com a natureza.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Conciliar o tempo necessário para desenvolver o trabalho e aprimoramento profissional, participar da vida em família e cuidar da minha saúde física e mental.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não.
Minha mãe.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário, Executivo ou Legislativo do Brasil, em qualquer esfera (municipal, estadual ou federal).
O Poder Judiciário está repleto de mulheres inspiradoras. A magistratura sul-mato-grossense conta com juízas e desembargadoras que desenvolvem trabalhos excepcionais e que inspiram não somente outras juízas, mas também meninas e jovens que as veem como referência. Em âmbito nacional, merece destaque a Ministra Carmem Lúcia, que presidiu o Supremo Tribunal Federal e atuou para a promoção da igualdade de direitos para mulheres.
13) O que diria hoje numa frase a uma mulher que quer ser juíza?
Tenha coragem. Os desafios da preparação para o concurso e da magistratura são muitos, mas a vida é construída por desafios. Por isso, é necessário coragem para persistir. Mario Sérgio Cortella enuncia que coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de enfrentá-lo.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada
“A pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora. E não existem hormônios para esses atributos” - Chimamanda Ngozi Adichie