Decisão certa: juízes comemoram ingresso na magistratura
No dia 30 de janeiro de 2009, os aprovados no XXVIII concurso público para ingresso na magistratura foram empossados: Alysson Kneip Duque, Eguiliell Ricardo da Silva, Fernando Moreira Freitas da Silva, Flávia Simone Cavalcante Costa, Luciana de Barros, Marcelo Guimarães Marques, Marco Antônio Montagnana Morais, Maurício Cleber Miglioranzi Santos, Naria Cassiana Silva Barros, Ricardo da Mata Reis, Rodrigo Barbosa Sanches, Rodrigo Pedrini Marcos, Sabrina Rocha Margarido João, Samantha Ferreira Barione, Tatiana Decarli, Thulio Marco Miranda, Vinícius Pedrosa Santos e Walter Arthur Alge Netto.
Entre os novos integrantes da justiça de MS estavam quatro são sul-mato-grossenses de Campo Grande, três de Goiânia, um de Cuiabá, três paulistas, dois paranaenses, um catarinense, um do interior do Rio Grande do Sul, um mineiro, um do Distrito Federal, e uma de Porto Velho (RO). Sete anos depois, apenas dois não integram mais o quadro de magistrados de MS: uma por falecimento e outro em razão da aprovação em concurso em outro estado.
Depois de quase uma década judicando, será que ainda escolheriam a magistratura como desafio? Alysson Duque foi enfático ao afirmar: “Escolheria a magistratura sempre, em qualquer circunstância. Continuo agindo com a mesma paixão pelo trabalho que tinha quando ingressei, assim como, certamente, acontece com meus amigos de concurso”.
Alysson judicou em comarca de Vara Única e atualmente atua em Corumbá, elevada a entrância especial – duas realidades completamente diferentes. Será muito diferente uma da outra? “Em comarca maior, o trabalho é mais intenso mais numeroso, porém, a importância do juiz é a mesma, seja na cidade grande ou no interior. As pessoas merecem prestação jurisdicional eficiente em qualquer localidade. Penso que o juiz deve voltar a ser valorizado, sobretudo, pelo ato de judicar, pois essa é a essencia da nossa atividade”.
Do mesmo concurso, a juíza Sabrina tem, entre as boas lembranças, a promoção para a primeira comarca. “Tudo novo. Uma realidade diferente para enfrentar e uma sociedade a espera de nosso trabalho. Saber que, por uma decisão minha, um portador de necessidade especiais pode receber uma cadeira de rodas adequada é algo que me marcou muito. Outra boa lembrança foi a implantação do primeiro abrigo de Bataypora e a realização de meu primeiro procedimento de adoção. São situações que realmente demonstraram o poder de transformação que está em nossas mãos e a possibilidade de aplicar a justiça de forma efetiva”.
As amizades que fez e o auxílio dos servidores foram também citados por ela como algo também realmente gratificante. “Como dificuldades apontaria aquela que é companheira diária dos magistrados: o acúmulo de serviço, que não nos permite atender a todos os jurisdicionados em tempo razoável”, concluiu.
Duas décadas – Não bastassem os juízes que completaram sete anos de judicatura, nesta terça-feira (2), mais alguns integrantes de magistratura comemoram data parecida, porém, em maior escala.
No dia 2 de fevereiro de 1994 tomavam posse os juízes Alexandre Branco Pucci, Elizabete Anache, Fernando Paes de Campo, Elisabeth Rosa Baisch, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, e Ricardo Cesar Carvalheiro Galbiati.
Com mais de duas décadas de empenho e dedicação, eles devem ter muita história pra contar, pois, têm uma vida dedicada ao poder-dever de dizer o direito. “Se tivesse que escolher minha profissão hoje seria a magistratura, com os mesmos ideais que me motivaram a tomar posse há exatos 22 anos, conta Elisabeth Baisch, desejando ser possível guardar os sonhos que moveram os juízes a escolher a carreira.
Elizabeth Baisch aponta que as boas lembranças são muitas e sempre relacionadas as vezes em que se sentiu útil, no sentido prático da expressão. “Posso destacar os bons acordos que ajudei as partes a construir. É gratificante quando se pode chegar a um acordo, colocando fim ao conflito. Por isso, gosto tanto de trabalhar nos juizados por ser um sistema que privilegia a solução consensual dos processos”.
Qual seria então a maioo tristeza nesses anos de judicatura? “A maior tristeza foi ver aumentar o potencial de causar dependência das drogas a adolescentes cada vez mais novos. É muito triste ver os estragos irreversíveis que drogas como a pasta base, por exemplo, acarretam aos jovens”.
Ricardo Galbiati também comemora a decisão tomada há 22 anos. “Tenho a convicção de ter tomado duas decisões certas em minha vida: escolher a magistratura como carreira e segui-la em Mato Grosso do Sul, que é o melhor judiciário do Brasil.
Galbiati contou ainda que sua grande surpresa na carreira foi exercer funções administrativas e de gestão, como está fazendo hoje, mas o compromisso com o Poder Judiciário, assumido na posse, inclui as mudanças que a carreira traz. “Ao final, confesso ser um juiz realizado”.